Só

As perdas choram-se. As lágrimas não duram sempre.

O que sobra é só aperto, silêncio e punhos cerrados.

E dor. Muita dor.

Gosto de chegadas, de abraços, do calor da pele na pele, dos risos, da música quase muito alto, de meter conversa com quem passa, de ouvir e contar estórias e de bué coisas que ditas numa só é amor.

Eu gosto mesmo é de gostar e ser gostada.

As lágrimas secaram mas eu toda continuo a chorar.

Só. À espera do amor.

Sem palavras...

"Queixa das almas jovens censuradas"
Natália Correia / José Mário Branco

Em Junho de 1972, Sylvan escreveu:

"POEMA HORRÍVEL
- Posso falar?
- Não!"

E hoje, podemos?

Bocados de nós...

Tem vezes me perco por aí de tanto vestir vidas alheias. Quando me busco, tem vezes me baralho, não tendo certezas qual sou. Encontro retalhos de vidas e de gentes alinhavados de esperanças e amarguras, embaraçados em pontos apertados de revolta e desespero mas também bordados de vitórias, d'abraços e de gargalhadas.