tempo teimoso

sexta-feira, 21 de março de 2008

Bia


É Bia. É ela. Nome de mulher. Fêmea que já foi. Quem sabe se volta a ser.

Bia. Cedo de mais desposou. Cedo de mais amou. Cedo de se mais s´entregou. Toda. Por inteiro. De si nada sobrou.

Bia alegre e giraça. Fazia parar a praça e despertava desejo. Com o tempo, os ombros cairam, o brilho fugiu e a solidão chegou. Bia no tempo parou.

Bia é gaja rija. Que amamenta. Que acalenta. Que trabalha. Que cozinha. Que labuta. Bia é gaja de luta.

Sonha à noite, no frio de cama nua. Sonha com afago, com elogio inventado, com piropo, com desvario, com flor roubada, com colar de guita, com vestido de chita e roda de dança. No sonho, roda, ri, rodopia. Acorda e suspira. É tudo mentira. Não passa de esperança.

Bia. Mulher. Mal amada.

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