tempo teimoso

sábado, 27 de outubro de 2007

Ka tem chorada!

Parada no trânsito da manhã. Fila desde a porta de casa. Pára, arranca. Pára e torna a arrancar. Cruzamento. Eu tenho stop, eles têm prioridade e não dão uma abébia, nem daquelas pequeninas que eu de repente faça a furgoneta parecer um mini e já lá estou. Nada. Do lado direito é vê-los passar, olhando de soslaio e com sorrisos sacanas de quem tá a querer dizer que já me tramou. Ouço vozes e penso que já estou a alucinar com a seca da ida à cidade em fim de mês às oito da madrugada. Mas as vozes falam um linguagear conhecido que não condiz com a situação.

Busco-as. Mesmo ali, lado a lado, está uma carrinha assim tipo amarela clara quase bege com dois guardas ou polícias ou tropas no banco da frente, que aliás é o único. Para trás não tem janelas, tem frestas horizontais. É daí que saem as perguntas acerca das classificações do torneio de futsal e chorrilhos de querer saber novidades do bairro que também já é meu.

Tive receio que as minhas respostas dessem castigo mas não me contive e contei-lhes o pouco que ainda deu tempo. Ligaram a sirene e foram. Eu fiquei. Ali. Pasmada.

Não sei quais eles eram mas sei que lá em casa, o coração das mães aperta bué e que à noite, quando só o escuro as ouve choram de medo de os terem perdido para sempre.

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