tempo teimoso

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Rony, meu querido

Nem sei se foi golo.
Recebeste a bola, ias ao remate e catrapum. Chão. O pivot voou sobre ti, aterrou sobre a tua cabeça. Estouro surdo na madeira do pavimento. Baque dentro do meu peito de quase mãe.

Os minutos seguintes foram longos demais. A ambulância tardou a chegar. O polícia tardou a deixar-me chegar a ti. Ouço ainda os teus gritos de dor. E o silêncio de quando não estavas. Ias e vinhas. Vinhas e ias. Pelo telefone chegava o desespero da mãe que vinha a caminho. Louca de dor.

Beijei-te. Queria ter a certeza que ainda cá estavas. A tua mãe chegou. Louca de sofrimento. Só acreditou que ainda te tinha quando, lá na reanimação, te sentiu o calor e te ouviu o respirar.

Não faz mal que não te lembres de tanto.
Estamos todos aqui para te lembrar as coisas boas.
E as outras também...

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